Caso seja condutor e circule perto de um veículo que, pela sinalização, aparente transportar Matérias Perigosas, redobre as atenções e cuidados, pois um acidente pode ter consequências muito graves para o meio ambiente, para os veículos e acima de tudo para todos os que estejam por perto.
Distância de segurança (reação+paragem)
Segundo o Artigo 18º do Código da Estrada (CE) “os condutores devem guardar dos outros veículos uma distância suficiente que lhes permita parar em segurança no caso de travagem ou imobilização súbita”. Também a distância lateral deve ser a suficiente para evitar acidentes. No entanto o CE não define qual é esta distância, excepto para os veículos que circulam em marcha lenta fora das localidades (Artº 40º), devem manter 50 metros de distância entre eles e o veículo que os precede.
A definição mais completa de distância de segurança é “a que devemos seguir do veículo da frente, que nos permita reagir e imobilizar o veículo em segurança antes do obstáculo no caso de qualquer acontecimento inesperado”. Esta explicação inclui a distância de reação e a de paragem.
Assim, a distância de segurança ou distância em relação ao veículo da frente, deve ser uma distância sempre superior á equivalente ao tempo de reacção do condutor. Se o tempo médio de reacção é de cerca de 1 segundo, então a distância de segurança deve ser sempre superior, ou seja, se por exemplo circular a 60km/h, então deve guardar uma distância mínima de aproximadamente 18 metros.

A distância de 1 segundo poderá não permitir efectuar a imobilização do veículo a velocidades superiores a 60km/h. Esta deve então ser ampliada para 2, 3 ou mais segundos de acordo com o aumento da velocidade ou com a diminuição das condições de aderência ou de visibilidade.
No entanto, voltamos a ter aqui um duplo problema. Como é que o condutor pode calcular rapidamente a distância correspondentes entre a velocidade e o seu tempo de reacção, e por outro lado, aferir essa distância no espaço à sua frente? Dado que a distância de segurança é de facto o tempo de reacção e de manobra, então podemos estabelecer como medida mínima, para condições de circulação boas e velocidades praticadas fora das localidades (máxima de 90 km/h) a distância correspondente a 3 segundos
Calcular distância de segurança em movimento
- seleccione um ponto de referência na estrada, por onde irá passar o veículo que o precede
- quando esse veículo passar por esse ponto, conte mentalmente 2 segundos
- só depois de terminarmos a contagem, o nosso veículo deve passar no ponto de referencia pré-estabelecido
Assim sabemos que seguimos a 2 segundos do veículo à nossa frente, o que nos permite saber que, caso ele trave ou qualquer obstáculo apareça, temos 2 segundos para fazer pensar e actuar. E se quisermos fazer as contas, para verificar se estes dois segundos são suficientes, então veja: Se os dois veículos seguirem a 80 km/h, 2 segundos correspondem a cerca de 48 metros. A esta velocidade, se demorar 1 segundo a reagir para travar, necessitará de cerca de 24 metros para a sua reacção e ainda terá cerca de 24 metros para travar o seu veículo ou apenas desviar a sua trajectória.
Distância de segurança com veículo estático
Já quando paramos no trânsito, numa fila, num engarrafamento, à espera que o sinal mude para verde ou noutra circunstancia qualquer, devemos manter em relação ao veículo á nossa frente uma distância ou espaço disponível que nos permita:
- Sair da fila sem ter de recuar para ganhar espaço para manobrar
- Se algum veículo colidir por trás, evitamos que nos empurre contra o veículo da frente
- No caso de verificarmos que o veículo que trava atrás de nós não possui espaço para o fazer em segurança, podermos chegar um pouco mais à frente ou mesmo sair rapidamente daquele local
- Podermos manobrar, saindo da fila, para dar espaço de passagem a um veículo prioritário
- Se ficarmos imobilizados numa subida, permite que o veículo da frente “descaia” um pouco sem colidir connosco.
- Se a imobilização se der próximo de uma passadeira de peões, de uma saída de garagem ou dentro de uma intersecção, permitir a passagem de peões ou veículos que necessitem de atravessar transversalmente.
- Evitar a colisão em caso de “falso arranque”, quando o veículo da frente parecia ir iniciar a marcha…mas afinal hesitou.
Este espaço deve ser ainda maior quando existem imobilizações de trânsito inesperadas em auto-estradas ou vias de tráfego rápido. Nesses casos, faça a aproximação ao veículo do final da fila, apenas quando já possui pelo menos uma meia dúzia de veículos imobilizados atrás de si.
Circular com visibilidade reduzida
Com visibilidade reduzida, de noite, com chuva ou quando o condutor se sente cansado ou distraído, ou se o veículo estiver muito carregado ou não estiver nas condições ideais, deve sempre aumentar a sua distância de segurança. Se segue numa velocidade até aos 60km/h, aumente de 2 para 3 segundos, se segue em estrada até aos 100km/h, aumente de 3 para 4 segundos, em auto-estrada aumente para 4 ou 5 segundos.
Com nevoeiro deve adoptar uma distância de segurança diferente, pois nestas circunstancias os pressupostos são diferentes. A velocidade deve ser adaptada à visibilidade, podendo tomar como bitola, 25 quilómetros/ hora de velocidade, por cada segundo de visibilidade. Ou seja, se tiver 3 segundos de visibilidade (conte quantos segundos demora a chegar a um objecto estático, quando o vê pelo no nevoeiro), deve circular no máximo a 75 km/h.
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