Matérias e Objetos Perigosos Diversos

Matérias e objetos perigosos diversos (9): algumas características, sinalização e dicas para intervenção.

Esta semana concluímos a (já longa) viagem pelo livro laranja das Nações Unidas com a visita às suas matérias e objetos que, no decurso do transporte, apresentam perigos que não são abrangidos pelas anteriores classes. É esta a classe 9, a das matérias e objetos perigosos diversos.

SUBDIVISÃO DA CLASSE 9

M1 – Matérias que, inaladas sob a forma de poeira fina, podem pôr em perigo a saúde;

M2 – Matérias e objetos que, em caso de incêndio, podem formar dioxinas;

M3 – Matérias que libertam vapores inflamáveis (polímeros contendo líquidos inflamáveis com ponto de inflamação que não ultrapasse os 55ºC);

M4 – Pilhas de lítio;

M5 – Dispositivos de salvamento;

M6 – M8 –Matérias perigosas para  o ambiente:

                M6 – Matérias poluentes para o ambiente aquático, líquidas;

                M7 – Matérias poluentes para o ambiente aquático, sólidas;

                M8 – Microrganismos e organismos geneticamente modificados.

M9 – M10 – Matérias transportadas a quente:

                M9 – Líquidas;

                M10 – Sólidas;

M11 – Outras matérias e objetos que apresentem um perigo durante o transporte mas que não correspondam à definição de qualquer outra classe.

MAtérias Transportadas a quente [M9/M10]

Incidente com matérias líquidas transportadas a quente (UN 3257)

As matérias da subdivisão M9 e M10 são transportadas, no estado líquido, a temperatura superior a 100°C ou, no estado sólido, a mais de 240°C. Estes são os transportes assinalados com a marca de “transporte a quente” e com número de identificação de perigo 99.

CLASSE 9 – INTERVENÇÃO

Uma vez que a classe 9 engloba vários perigos que, embora não incluídos nas restantes categorias, podem ser semelhantes a essas, não existe um procedimento uniformizado para a reposta aos incidentes. O recomendado é efectuar um reconhecimento abrangente e aferir qual a matéria envolvida, adequando a resposta com as características da substância presente. A versão mais recente do ERG, no entanto, estabelece alguns procedimentos base como, por exemplo:

Incidente sem presença de fogo: isolar e evacuar 50 metros em todas as direções (o ERG aconselha 50 metros para líquidos e 25 metros para sólidos), criar diques de contenção para prevenir que as matérias se introduzam em esgotos, canais de água, caves e espaços confinados.

Incidente com presença de fogo: isolar e evacuar 800 metros em todas as direções, em caso de combate às chamas, criar diques de contenção para prevenir que as águas resultantes se introduzam em esgotos e canais de água.

UN 3508 – Condensador assimétrico (com uma capacidade de acumulação de energia superior a 3 Wh): O transporte deste número ONU, inserido na subclasse M11, é o único que apresenta uma chamada de atenção especial no ERG. Devido a ser transportado “em carga”, deve-se ter especial atenção em caso de combate às chamas.

SINALIZAÇÃO DA CLASSE 9 [ADR]


Classe 9 – Risco de queimaduras. Risco de incêndio. Risco de explosão. Risco para o meio aquático ou para as redes de esgotos.


Marca de “transporte a quente” – Risco de queimaduras.


As matérias da classe 9 compreendem um grande número de características que podem incluir líquidos inflamáveis, matérias electrificadas, substâncias que apresentam perigo para a saúde e para o ambiente, e matérias transportadas a elevadas temperaturas.

A máxima que nos diz não existir “fórmula mágica” para intervir em cenários com matérias perigosas é ainda mais verdade nesta classe. A abordagem ao local do acidente deve ser cautelosa de forma a obter o máximo de informação sobre a matéria envolvida. O procedimento a aplicar na intervenção será baseado nesse reconhecimento in situ.

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